Há pouco tempo atrás muitas
pessoas morriam de pneumonia, tuberculose e até mesmo gripe. Hoje em dia, com
tantas pesquisas e tecnologias disponíveis, temos conhecimento suficiente para
tratá-las e até mesmo evitá-las. Assim espero que um dia aconteça com as grandes
dificuldades que nos atingem no dia-a-dia: dificuldades de relacionamentos,
drogas, álcool, doenças, depressão, pobreza... Precisamos urgentemente sair da
rodinha do ratinho que apenas circula, circula todos dias e aprender a olhar
além do aparente para percebermos o que há por trás de uma dificuldade... da
falta de saúde... da falta de realização pessoal e amorosa... da falta de
recursos financeiros pra viver uma vida com tranquilidade...
Precisamos constantemente
nos perguntar:
O que precisa ser visto? Quem é
necessário incluir?
A Constelação Familiar/Sistêmica
traz luz a essas perguntas aparentemente inexplicáveis: “por que tal pessoa tão
boa passou por tal situação tão ruim?”, “por que eu não dou certo em nenhum
relacionamento?”, “eu quero muito tal coisa mas nunca consigo.”, “por que todos
irmãos de uma família são bêbados?”, “por que todas irmãs tem dificuldade de
ter filhos?”... Através de uma vivência de Constelação busca-se a liberação de
um problema atual olhando para a origem no passado. Seja nesta geração ou
anterior, algo aconteceu que não foi processado, ficando pendente para que as
próximas gerações resolvam. Ao olharmos para a origem nos liberamos, ao não
olharmos ela segue conosco e passa aditante para as próximas gerações.
Essa semana tive, pessoalmente,
duas experiências muito impactantes com pessoas próximas que me fizeram
refletir muito sobre como é urgente olhar além. As duas situações envolviam
homens e ambos faziam uso de álcool constantemente e “odiavam” seus pais/
antepassados, ou ao menos amaldiçoavam seus sobrenomes... Como já vimos aqui no
blog, esse sintoma (alcoolismo) tem a ver com ausência de pai, não
necessariamente ausência física, mas sim uma indisponibilidade dele em ocupar o
lugar de pai. Um morreu num acidente de carro após beber, o outro segue bebendo
constantemente e amaldiçoando seu próprio sobrenome, que também é do seu filho
e será dos seus netos...
Presenciei as duas histórias
no mesmo dia, e cresceu em mim uma vontade de espalhar pro mundo a importância
do autoconhecimento, a importância do conhecimento e vivência das Constelações.
Não que seja a tábua de salvação, ou a única alternativa para vivermos bem, mas
porque é a única ferramenta (até o momento) que nos permite “olhar de fora de
nós mesmos” e perceber como o amor atua de formas tão duras quando
inconsciente.
Bert Hellinger nos diz que “Todas
as crianças são boas”, pois toda criança se doa ao sistema familiar ao nascer e
com isso paga o preço que é pertencer a este sistema: através de doenças, de
necessidades especiais que tem, de dificuldades em dormir, timidez, hiperatividade...
Se doa ocupando um lugar que foi deixado aberto pela geração anterior e arcando
com todo risco e peso desse destino. E assim crescemos vivendo num lugar que
não é nosso, deixando de assumir um destino de plenitude e potencialidades,
pois sequer sabemos que estamos fora do nosso lugar verdadeiro...
Uma criança que teve um
irmãozinho anterior não nascido carrega a carga dessa vida não realizada, tendo
uma grande ansiedade/ hiperatividade para viver por dois ou uma fidelidade ao
irmão dizendo inconscientemente “se você não viveu, eu também não mereço viver”
e então é apática, depressiva, invisível...
Assim filh@s de homens alcoólatras sentem a falta que esse pai sentiu do seu pai, carregam essa dor,
revivendo-a com o seu pai e provavelmente repitam o processo com seu filho, não
por serem maus, mas por estarem emaranhados, acorrentados a um destino alheio, a
uma memória de seu DNA. E como falei, o amor inconsciente nos prende nesses
lugares de dor, de sofrimento buscando a integração, buscando que a dor original
seja integrada e o sujeito reconhecido, incluído, devolvendo a todos os que
estavam presos o seu devido lugar.
A Constelação nos possibilita
olhar além do visível e perceber: A serviço de quem essa distância entre pai e
filho serve? Quando um homem tem seu pai indisponível, eles estão repetindo
qual relacionamento? De quais antepassados? Do pai que ficou pra trás quando
seu filho deixou a Alemanha para mudar-se para o Brasil? Do pai do nosso bisavô
que morreu aos 3 anos e ele cresceu sendo o homem da casa, cuidando dos
irmãozinhos? Do filho sem pai? Do filho ilegítimo?
Esse é um assunto que muito me chama
atenção, pois a grande maioria dos homens tem uma imensa dificuldade com seu
pai; o que, certamente, o afasta de uma relação saudável com sua companheira e
seus filhos... Estando indisponível para seu filho, será uma nova geração de
homens distantes do pai, deslocados de lugar e assim sucessivamente... até
quando??
Você que é homem, pense sobre
isso. Pense do seu lugar de filho: como encara seu pai? Consegue, internamente,
lhe bendizer e agradecer por ter dado a vida? Consegue, mentalmente, lhe dizer
que sente muito pelas dores que ele passou, mas que agora, com amor, decide
fazer diferente? Agradeça, mentalmente, a oportunidade de libertar-se desse
ciclo. Mesmo que não tenha conhecido seu pai, ele existiu, ele continua vivo em
ti.
Decida agora libertar-se, retornar seu lugar de filho, com respeito, com
amor.
Você que é mulher, mentalmente,
honre seu pai. Agradeça-o pela vida, agradeça aos que vieram antes dele, honre
os destinos deles exatamente como foram. Se você tem um marido, olhe com amor
pros antepassados dele, olhe com amor pra dificuldade dele com o pai, aconselhe-o
a procurá-lo; se já morreu, que faça uma oração, uma homenagem... Se você tem
um@ filh@ com um homem diga pro seu/sua filh@ que este é o pai certo, que esta
criança nasceu do amor de vocês, não diga que o pai é ruim, pois ao fazer isso
estará perpetuando a ausência, tirando a chance desse menino ser diferente justamente
do que tanto criticas.
Se você conhece alguém que pode
estar precisando desse puxão de orelha, recomende esse texto. Precisamos,
urgentemente, trazer luz (consciência) às pessoas, precisamos mudar o nosso
olhar sobre o passado. Já passou e só podemos olhá-lo e dizer “sim, exatamente
como foi. Em homenagem a isso faço algo de bom”.
Façamos algo de bom com nossos
traumas, nossas dores, nossas tristezas: Sejamos velas acessas pra iluminar o
caminho dos demais. Sejamos nós a dar o
primeiro passo pra nos libertar e libertar os nossos de tanto sofrimento
e repetições.
Homens, recuperem seus lugares de
filhos desse homem, tomem seus pais exatamente como são! Liberem seus filhos.
Por eles, façam algo de bom! Comece dizendo internamente pro seu/sua filh@ “Querid@
filh@ você está livre!”.
Ps. Este texto não se trata de
voltar a conviver com seu pai, serem melhores amigos, ou amá-lo loucamente,
trata de aceitá-lo como ele foi pra você, pois, não sabemos quais os pesos que
ele carrega, mas podemos decidir fazer diferente, por eles, por nós e por
noss@s filh@s.
Vem Conhecer! Vem Participar! Vem Constelar!
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Um super Beijo com gratidão,
Vívian Pires
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Quanto mais eu leio sobre essa tal de constelação familiar, mais confuso eu fico.
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