quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Ordens do Amor I


Quem tem acompanhado Constelações Familiares deve estar acostumado a ouvir falar sobre as Leis Sistêmicas, sim? Então, você que não tem acompanhado assim tão de perto, te convido a conhecer. Hoje, Agora!

Bert Hellinger criador das Constelações morou em uma tribo na África, a tribo Zulu, e lá percebeu que a forma de se relacionar deles era diferente da nossa, os Ocidentais... juntando todas experiências, vivências e pesquisa - ele é teólogo, pedagogo e filósofo - ele criou as “Ordens do Amor” (livro lançado no Brasil pela Editora Cultrix).
São três, falaremos delas ao longo de três (ou mais) postagens diferentes.

O pertencimento
Sabe aquela necessidade inata que todos temos de ser aceitos em um grupo? Aquele tipo de  roupa que vestimos pra ser mais parecidos com nossos amigos hippies/ modernos/ descolados/ estudiosos/ esportistas? Sabe aqueles papos que temos com determinados grupos? O último clipe da cantora “tal”/ o último jogo de futebol / as fofocas atuais dos famosos / o próximo encontro de meditação do mestre tal? Então, todos, sem exceção precisamos pertencer, somos animais gregários, precisamos de um bando, um grupo, um coletivo.
Quer ver coisa mais angustiante do que a ansiedade “Será que serei aceito?” num primeiro dia de escola, de um emprego novo, viagem, apresentação a um público... Tudo devido a necessidade de pertencimento!!


Rupert Sheldrake - biólogo, bioquímico e parapsicólogo - estudou profundamente esse comportamento nos animais. Sua mais conhecida teoria é a do “Centésimo macaco”, onde cientistas jogavam batatas aos macacos numa ilha para observá-los e ao longo do tempo uma macaca de 18 meses começou a lavar suas batatas antes de comer. Foi então que mostrou aos seus amigos e sua mãe, que mostraram aos outros e foi indo, indo até que todos da ilha agora lavavam suas batatas,  mas não parou por aí. Os macacos de outras ilhas, que não tinham nenhum canal de comunicação com esta ilha (cercados por água de todos lados) começaram também a lavar suas batatas. Com este estudo e consequente teoria, a dos Campos Mórficos, vemos que quando alguns poucos começam fazer algo diferente, aos poucos outros repetem até que chegue num número X que todos, sem restrição passarão a fazer. A esse “número x” chama-se Massa Crítica.
(Leia mais sobre aqui e aqui)

(campo mórfico dos peixes - em formação para se protegerem dos tubarões)

O que isso tem a ver com Constelação, Bert e tudo mais? Tem a ver que biologicamente estamos interconectados e que há a tendência de repetirmos tudo aquilo que deu certo = fez com que a espécie sobrevivesse.
Então, voltando ao pertencimento, somos um clã com nossa família biológica. Somos o resultado de gerações e gerações que aprenderam como sobreviver. E é por estarmos inseridos em um Sistema Familiar (campo mórfico) que estamos sujeitos às repetições do que “deu certo” com as gerações anteriores. A grande questão do Pertencimento é que somos todas as vitórias e todas dificuldades, carregamos as injustiças cometidas e as sofridas, os crimes, as bençãos... tudo que as gerações passadas passaram, nós carregamos em nosso campo.
A Lei Sistêmica do Pertencimento, descoberta por Hellinger, diz que ninguém pode ser excluído desse sistema, nem os perpetradores, mortos, natimortos, ex companheiros, abortos, assassinos, suicidas, loucos, filhos ilegítimos, nem os que julgamos moralmente.
O Sistema não possui julgamento moral a cerca do comportamento dos membros, ele apenas quer que todos pertençam e continuem sobrevivendo, ele busca sempre o equilíbrio. Então, quando temos, como exemplos, um avô alcoolatra, um aborto ocultado que ninguém fala sobre, algum membro que fugiu e ninguém mais soube dele ou uma pessoa que foi deixada num hospício... há uma exclusão, há um descumprimento ao Pertencimento. O que acontece nesses casos? Alguém do mesmo sistema “toma” o lugar dessa pessoa e passa a assumir seu destino, e muito provavelmente, também se torne um alcoolatra, se afaste, morra (ou sinta como se não merecesse viver) ou enlouqueça. Lembra? O Sistema não tem julgamento moral, ele simplesmente quer que todos os lugares sejam preenchidos, então toma alguém que vem depois (geração posterior) a serviço do Sistema.

E por que uma pessoa se doa para este lugar? Devido também ao pertencimento. Antes de nascer escolhemos o Sistema que iremos pertencer. Sempre brinco que escolhemos o DNA de uma família pelo “potencial de encrenca” (Evolução) que poderemos ter. A criança quando nasce está totalmente a serviço do Sistema, afinal ela precisa pertencer a alguma família, então ela adoece, se machuca e até morre por amor ao Sistema. Esse é o amor que adoece, o amor inocente, onde a criança inconscientemente “imagina” que pode pegar a dor de alguém para que esse alguém não sofra (mãe, pai, avós... mesmo desconhecidos) então ela toma o lugar daqueles que foram excluídos, para equilíbrio do Sistema. O que de fato não ajuda, pois ao invés de um sofrer, agora são dois, três, quatro... Isso vale para doenças, padrões de relacionamento, destinos comuns, como por exemplo, separações, mortes, abortos, profissões, crimes, pobreza, abusos.


Mas então qual o Amor que cura? Aquele que vê o passado e o honra! Aquele que reconhece todos antepassados como pertencentes, reconhece que todos fizeram o melhor que podiam com o que sabiam na época. Com certeza se nós parássemos pra pensar o que faríamos no lugar de nossa bisavó que deu seus filhos para adoção, com os mesmos recursos, na mesma época, chegaríamos a conclusão que faríamos o mesmo! Então, apenas olhamos pro passado e dizemos “Sim, exatamente como foi.”. Através das escolhas deles, hoje estamos vivos, e por isso, devemos agradecer e honrá-los.
As questões que deixo pra você hoje são: Como você olha para o passado - com gratidão e aceitação ou julgamento? Você está a serviço de quem no seu campo? Quem foi excluído de sua família? Quem ainda não teve seu lugar honrado?


Na próxima semana continuamos falando de Pertencimento, desta vez sobre ex relacionamentos.

Vem Conhecer! Vem Participar! Vem Constelar!
Grupos regulares em Porto Alegre e Novo Hamburgo

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Um super Beijo com gratidão, 
Vívian Pires

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