quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Ordens do Amor III


Dando sequência às Ordens do Amor - Leis Sistêmicas que regulam inconscientemente as relações humanas - hoje vou falar do Equilíbrio da troca.
Você pode ler os posts anteriores AQUI e AQUI.

Para que nossas relações (amizades, parcerias, sociedades, relacionamentos amorosos) deem certo é necessário que haja equilíbrio na troca.

Qual é, na sua opinião, o maior presente que podemos receber de alguém? Imóvel? Carro? Jatinho? Filhx? Faculdade?

O maior presente que todxs nós já recebemos é a VIDA. Nenhum dos citados acima seria possível se antes você não tivesse recebido, de seus pais, a VIDA. Não há como devolvê-la, nem como recompensá-los ou pagá-los por ela. 

Quando estávamos imersos na Totalidade, do "outro lado do véu" escolhemos a família que iríamos nascer. Sempre brinco que escolhemos o DNA pelo potencial de encrenca/ potencial de evolução possível. Como nada é por acaso, escolhemos a dedo a família biológica perfeita para que, como almas, possamos experienciar determinadas situações que precisamos... e esta família aceita-nos receber como parte dela, pois através de nós, os antepassados podem experimentar melhoras.



Então, recebemos a VIDA (a oportunidade de estar aqui agora) de nossos pais biológicos e não temos que devolver nada? Exatamente. E é por esse motivo que vamos para as nossas relações com uma sensação de débito, vamos pré-dispostos a compensar. E é através dos parceirxs, amigxs, que a troca se dá. Um faz um pouco aqui, outro ali... E quando essa balança está descompassada nós sentimos. Sabemos quando estamos fazendo demais por alguém e sabemos muito bem quando também devemos algo.

Muitas relações, de todos tipos, acabam por esta balança estar desequilibrada. Se você já nasce com débito com seus pais, como é ficar devendo ainda a outra pessoa? Um sobrepeso, sim? E o que acontece? A pessoa que recebeu demais vai embora.

"Ah, mas isso é tão injusto!"

Como todxs sabemos, cada ser humano vivo nesta Terra tem um pai e uma mãe, seja conhecidx ou não, bom/boa ou mau/má, vivx ou mortx, todos viemos da união de um óvulo e um espermatozoide.


Quando temos uma relação desigual há uma projeção de mãe ou de pai.  E como somente filhxs se relacionam, buscar um homem que faça tudo por você é o mesmo que buscar o papai, aquele que tudo te deu (Vida) e nada cobrou em troca. Buscar uma mulher que faça tudo pra você é buscar a mamãe. 
Assim, muitas vezes umx parceirx busca que x outrx x ame incondicionalmente, e como vimos, toda relação exige compensação. Não há como apenas receber. Nã há como apenas dar. Ao buscar o amor incondicional dx parceirx provoca-se uma crise, fazendo com que aquele que "deveria" dar além da medida se retraia e se afaste, justamente pela injustiça cometida.

Bert Hellinger ilustra essa dinâmica, maravilhosamente, no livro "No centro sentimos leveza":
"Essa ordem do amor é perturbada quando um deseja e o outro concede; porque o desejar parece ser algo pequeno, e o conceder, algo grande. Então, um dos parceiros se mostra como carente e como alguém que recebe, e o outro, embora talvez ame, se mostra como alguém que ajuda e que dá. É como se aquele que recebe se tornasse uma criança, e aquele que dá se tornasse um pai ou uma mãe. Então, o que recebe precisa agradecer, como se tivesse recebido sem dar, e o que dá se sente superior e livre, como se tivesse dado sem receber. Isso, porém, impede a compensação e coloca em risco a troca. Para o bom êxito de uma e de outra, é preciso que ambos desejem e ambos concedam, com respeito e amor, o que o outro necessita e deseja."

Nesse caso ambos, estão precisando trabalhar sua relação (seu lugar de filho) com os pais.



Numa relação saudável, x parceirx que recebeu algo bom retribui com algo bom também, mas por amá-lx e desejar que a troca continue, este dá algo melhor do que recebeu. E então, o outro fica sob pressão (da dívida inconsciente) e como também ama x parceirx dá algo ainda melhor. Assim a compensação é garantida e a troca continua a existir. Quando não se alcança uma compensação a troca cessa, seja por desinteresse seja por sobrecarga.
Para uma relação bem sucedida é necessário que a compensação no mal também seja feita. Assim, como no bem, quando umx parceirx faz algo que magoe o outro, também deve devolver-lhe. Se fizer algo no mesmo grau, ficam quites. Mas como x parceirx ama o outro, faz algo menor do que recebeu, ou exige algo difícil para que o Amor continue e a troca no bem possa ser retomada.
Mas quando a vítima não consegue/ não quer vingar-se, a compensação e a relação fica comprometida, pois o culpado não consegue mais equiparar-se ao parceirx ofendidx.

Claro que tanto para o bem, quanto para o mal os casais podem seguir trocando. A escolha é de cada casal. Bert Hellinger diz que percebe-se a qualidade de cada relação pelo tipo de troca que possuem. Sendo assim, possível, recuperar relações pelo caminho da troca no bem.



Há também, aqueles que não querem sentirem-se obrigados a retribuir, por isso fecham-se a receber, fecham-se à troca e consequentemente, à Vida.

Assim como, também pode haver desequilíbrio na relação com o trabalho/empresa. O funcionário que tudo pede à empresa, que cada vez quer mais e mais, como uma criança, clama na verdade, pelos pais . Assim como aquele que trabalha demais e recebe pouco, também está em desequilíbrio de troca, provavelmente com os pais, ao receber a Vida .

Para estarmos amplamente habilitados a trocar como adultos precisamos receber nossos pais como são e a Vida que veio deles, exatamente como chegou até nós.

Bert Hellinger, mais uma vez:
"... as pessoas que conseguem tomar seus pais como são, e tudo o mais que eles lhes dão experimentam essa atitude como um afluxo de energia e felicidade. Ela também os capacita a manter outras relações, onde dão e recebem abundantemente."

E então, como estão as trocas nas suas relações?
Você tem se relacionado com umx parceirx ou um pai/mãe?
Tem dado demais?

Vamos olhar melhor essa dinâmica de troca nos relacionamentos amorosos? 
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Um super Beijo com gratidão, 
Vívian Pires

3 comentários: