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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O que libera a vítima?

O texto de hoje vem tratar de um tema muito forte e controverso,  principalmente, se você está tendo seu primeiro contato com as Constelações Familiares através dele. Sugiro a leitura dos posts anteriores para "clarear as ideias", depois volte pra cá pra seguir.

O tema abuso sexual é sem dúvida alguma um tema extremamente delicado e necessita um olhar, sempre, muito atento por parte da pessoa que ouve a história. Então, se você conhece alguém que passou por esta situação, ou se algum dia ouvir uma história de abuso, atente-se às palavras de Bert Hellinger, no livro "Ordens do Amor".
Ps.  O trecho é transcrito de um seminário onde os participantes fazem perguntas e levam seus temas e Hellinger os responde e constela, quando necessário.

"O que ajuda as vítimas de incesto

DAGMAR: ... O que ainda desejo para mim tem mais a ver com a profissão. Gostaria de saber melhor como lidar com clientes que sofreram abuso sexual em casos de transgressão de limites.

HELLINGER: O abuso sexual de crianças no incesto frequentemente resulta de um desequilíbrio entre o dar e o tomar. Uma constelação usual, nesses casos, é aquela em que uma mulher, que tem uma filha de um matrimônio anterior, se casa com um homem sem filhos. Isso gera um desnível, pois o marido precisa cuidar da menina, embora não seja sua filha. Portanto, deve dar mais do que recebe. Talvez a mulher ainda exija isso dele expressamente. Com isso, aumenta mais a diferença entre o dar e o receber, entre ganhos e perdas. O sistema passa a ser dominado por uma irresistível necessidade de compensação, e a maneira mais fácil de obtê-la é que a mulher leve a filha ao marido, para compensar. Esta é a dinâmica familiar que frequentemente está por trás de um incesto. Não é, porém, uma regra geral, pois também existem outras dinâmicas.
 
Aqui, de maneira bem clara quando existe desequilíbrio entre o dar e o tomar, mas também em outras formas de abuso sexual de filhos, quase sempre ambos os pais estão envolvidos, a mãe num segundo plano e o pai no primeiro. Só poderá haver solução quando a situação for encarada em sua totalidade. 

Qual seria então a solução? Em primeiro lugar, nesses casos, parto do princípio de que tenho de lidar com a vítima e meu interesse é ajudá-la. Meu interesse como terapeuta não pode ser o de perseguir os autores, porque isso absolutamente não ajuda a vítima.
 
Quando, por exemplo, uma mulher conta num grupo que sofreu abuso sexual por parte do pai ou do padrasto, digo-lhe que imagine sua mãe e lhe diga: “Mamãe, por você faço isso de boa vontade.” De repente surge um novo contexto. E digo-lhe que imagine seu pai e lhe diga: “Papai, pela mamãe faço isso de boa vontade.” Subitamente, vem à luz a dinâmica oculta e ninguém consegue mais comportar-se como antes.

 
 
Quando uma situação ainda é atual e, portanto, tenho de trabalhar com um dos pais, por exemplo com a mãe, eu lhe digo, na presença da criança: “A filha faz isso pela mamãe”, e faço com que a criança diga à mãe: “Por você faço isso de boa vontade.” Então termina o incesto: ele não tem condições de prosseguir. Quando o marido está presente, faço com que a criança lhe diga: “Eu faço isso por mamãe, para compensar.” De repente, a criança se vê e se reconhece como inocente. Já não precisa sentir-se culpada.
 
O segundo ponto é que ajudo a criança a recuperar a própria dignidade, porque o incesto é também vivido por ela — falando sem meias-palavras — como uma desonra. Então conto uma pequena história de Johann Wolfgang Goethe. Ele escreveu um poema chamado “Sah ein Knab ein Röslein stehn" (Um rapaz viu uma rosinha), que termina com estas palavras: “O selvagem rapaz arrancou a rosinha do prado. Ela se defendeu e o espetou, mas de nada lhe adiantou chorar, pois teve de sofrer. Rosinha, rosinha, rosinha vermelha, rosinha do prado!”
E então conto um segredo: a rosa conservou seu perfume!
 
Terceiro ponto: para muitas crianças, a experiência é também prazerosa. Entretanto, elas não podem confiar em sua percepção de que é ou foi prazeroso, porque é dito à sua consciência, principalmente pela mãe, que isso é mau. Então elas ficam desorientadas. A criança deve poder dizer que a experiência foi prazerosa, se foi o caso. Ao mesmo tempo, precisa certificar-se de que é sempre inocente, mesmo que a experiência tenha sido prazerosa. Uma criança procede infantilmente quando é curiosa e deseja fazer essa experiência; não obstante, permanece inocente. Quando o prazer é condenado nesse contexto, o sexo aparece sob uma luz estranha, como se fosse algo terrível. Nesse contexto, o incesto apenas antecipa uma experiência necessária. Falando com uma certa frivolidade: algo que faz parte do desenvolvimento humano acontece prematuramente à criança. Quando lhe digo isso, ela se sente aliviada.
 
Em quarto lugar, existe a ideia de que a criança ficará inibida em seu desenvolvimento posterior. Isso é verdade. A criança é inibida em seu desenvolvimento porque através da experiência sexual (seria excessivo falar, neste caso, de consumação sexual) nasce um vínculo entre a menina e o autor do abuso. A criança não poderá ter mais tarde nenhum novo parceiro, se não reconhecer e honrar o seu primeiro vínculo. Isso se torna difícil para a criança quando essa experiência é condenada e seu autor é perseguido. Quando, porém, a criança assume essa primeira experiência e esse primeiro vínculo, ela os integra numa nova relação, superando e resolvendo a primeira experiência. A atitude de indignação ao lidar com esse assunto impede a solução e prejudica a vítima.
 
CLAUDIA: O que acontece com o vínculo quando a experiência não foi prazerosa nem bela para a criança?
 
HELLINGER: O vínculo se cria, apesar de tudo. Entretanto, após a experiência, quer tenha sido dolorosa ou prazerosa, a criança sempre tem o direito de estar zangada com o autor, pois em qualquer caso sofreu injustiça. Ela precisa dizer a ele: “Você cometeu injustiça comigo e isso eu nunca lhe perdoarei.” Agindo assim, ela empurra a culpa para o autor, toma distância e se retira. Mas não precisa envolver-se emocionalmente em sua zanga quando o recrimina, pois essa emoção a ligaria ainda mais fortemente a ele. Estabelecendo limites claros, ela se livra dele. Brigas e recriminações não trazem solução. “Solução” é um termo de duplo sentido. A solução consiste sempre em soltar-se de algo. Na briga não existe solução, porque ela prende.
Existe outra coisa muito importante, em termos de sistema. Do ponto de vista sistêmico, o terapeuta deve conectar-se sempre com a pessoa que está sendo condenada. Você precisa, portanto, desde que comece a trabalhar com isso, dar ao autor do abuso um lugar em seu coração.
 
DAGMAR: No meu?
 
HELLINGER: Sim, no seu coração. Do contrário você não poderá encontrar solução, nem mesmo para a vítima. Você precisa pressupor que o autor está enredado, embora ainda não saiba de que maneira. Se você pudesse ver esse envolvimento, poderia entender totalmente essa pessoa. Com essa atitude, você tem um acesso totalmente diverso para lidar bem com o assunto. E mais ou menos assim. Deixei claro?
 

 

JOHANN: Me surpreende que a criança, ou a vítima, não perdoe o autor. Mesmo assim ela poderá desprender-se?
 
HELLINGER: Perdoar é uma presunção. Isso não compete à criança. Quando ela perdoa, é como se também pudesse tomar a culpa para si. Ninguém pode perdoar, exceto quando a culpa é recíproca. Nesse caso, perdoando-se reciprocamente, as pessoas se permitem um novo começo. Mas a criança deve dizer: “Isso foi mau, eu deixo com você as consequências mas, apesar disso, faço algo de bom com minha vida.”. 
Quando uma criança que sofreu abuso sexual começa mais tarde um relacionamento feliz, isso também é um alívio para o autor do abuso. Quando, ao contrário, a vítima se deixa ficar mal, isso representa também uma vingança contra o autor. As coisas são totalmente diversas conforme sejam vistas no fundo ou na superfície.
 
CLAUDIA: Quando o abuso foi muito prazeroso para a criança, frequentemente se nota que ela passa a abordar outros adultos da mesma forma. Com isso, volta a ser recriminada, provocando uma avalanche de “isso não pode ser” e “isso é mau”.
 
HELLINGER: Quando a criança aborda outros adultos dessa maneira, está dizendo aos pais: “Sou uma prostituta. Sou eu a culpada pelo abuso. Vocês não precisam ficar com a consciência pesada.” O que provoca essa atitude é, mais uma vez, o amor da criança. Quando digo isso à criança, ela se sente boa, mesmo nesse contexto. E preciso procurar sempre pelo amor. E lá que se encontra também a solução.
 
DAGMAR: Onde jamais encontro amor é no domínio da pornografia infantil.
 
HELLINGER: Esse tipo de objeção lhe tira a possibilidade de compreender.
 
DAGMAR: Agora não entendi isso.
 
HELLINGER: Deve-se contar com o amor como pressuposto em qualquer situação. Posso vivenciar algo como muito mau sem condenar ninguém. Preciso buscar sempre como resolver um envolvimento; antes de tudo, como resolvê-lo para a vítima. Quando a vítima se retira de tudo e deixa com os perpetradores a culpa e as consequências de suas ações, e quando faz disso algo de bom para si — o que está em suas mãos —, então o que passou é deixado para trás e fica resolvido para ela. Entretanto, quando sobrevém qualquer emoção do tipo “Agora precisamos entregar o autor à justiça”, fecha-se para a vítima o caminho da solução. Um terapeuta que se permite tal emoção prejudica muito o cliente.
Menciono um exemplo. Certa vez, num grupo para psiquiatras, uma psiquiatra contou, cheia de indignação, que uma de suas clientes foi violentada pelo próprio pai. Então eu lhe disse que configurasse o sistema familiar da cliente, colocando-se, como terapeuta, no lugar que julgasse correto para si mesma. Ela imediatamente colocou-se ao lado da cliente. Todos os integrantes do sistema ficaram zangados com ela e nenhum deles confiou nela. Então coloquei-a ao lado do pai. Todos no sistema ficaram tranquilos e tiveram confiança nela, e a cliente ficou muito aliviada.
 
HELLINGER: Não se pode excluir ninguém de um sistema, exceto em casos de crimes muito graves, e o incesto raramente se inclui entre eles. A solução consiste em acolher de novo todos os que foram excluídos. Isso se consegue melhor quando dirigimos nosso olhar não apenas para o pai, como o autor manifesto, mas também para a mãe, como a autora secreta e “eminência parda” do incesto. Quando o terapeuta se conecta apenas com a vítima e não com o sistema como um todo, trabalha de uma forma que apenas piora toda a situação. Esta é a consequência, e ela vai bem longe.
 
O que ajuda os perpetradores
 
BRIGITTE: E o que faz você quando trabalha com os perpetradores?
 
HELLINGER: Falaria com eles apenas individualmente e num local protegido. Em primeiro lugar, eu lhes perguntaria se eles veem um caminho que ajude a vítima a libertar-se do que aconteceu e do autor do abuso, e a direcionar para o próprio bem a dor que sofreu e suas consequências. Nesse momento, eles não precisam defender-se e ganho a sua colaboração. Um primeiro passo adicional seria que eles sentissem a dor. Essa dor é, basicamente, um processo interno. Às vezes, contudo, é acertado que também digam à criança: “Sinto muito pelo que fiz com você.” Isso alivia a criança e a ajuda mais do que quando se persegue o autor do abuso. Isso, porém, já é suficiente.
Os autores não devem explicar, justificar, embelezar ou condenar diante da vítima o próprio procedimento. Igualmente não devem confessar à criança sua culpa e pedir-lhe perdão, nem esperar ou exigir dela algo que os alivie. Isto seria uma nova agressão que aumentaria a sobrecarga da criança e reforçaria o vínculo que a liga aos autores do abuso. Isso também vale, aliás, para as mães que estavam cientes.
Mesmo que sejam culpados, os pais continuam sendo pais e conservam sua posição de precedência e superioridade em relação aos filhos. Por isso o assunto não deve ser discutido, nem entre pais e filhos, nem diante de terceiros — por exemplo, de psicoterapeutas. Isso humilha os pais diante dos filhos e também humilha os filhos, mesmo que pareça fazer-lhes justiça. Pais humilhados estão perdidos para os filhos.
Quando acontece um processo judicial, aconselho os réus a aceitarem a pena sem tentar diminui-la com apelos a subterfúgios ou perícias. Então recuperam mais cedo
Muitas vezes os perpetradores, além de receberem uma justa pena, tornam-se alvos de uma campanha. Ou acontece ainda que uma suspeita seja lançada sobre uma pessoa inocente sem que ela possa se defender, pois a simples suspeita cai como uma fagulha sobre um campo de capim seco.
 


Vou contar-lhes então uma breve história:
Num congresso de psicoterapia, um psicólogo muito conhecido fez uma conferência sobre o feminino. Nos debates foi duramente atacado por algumas mulheres jovens. Elas achavam que as mulheres ainda eram muito injustiçadas e que era uma presunção dele falar desse tema na presença de mulheres.
O psicólogo, que parecia ter falado com a melhor das intenções, viu-se acusado de injusto e colocado contra a parede, tanto mais que aparentemente pouco tinha a contrapor aos argumentos das jovens mulheres.
Quando tudo terminou, ele refletiu sobre o que talvez tivesse feito de errado. Conversou com seus colegas e procurou um homem sábio para pedir conselho.
O homem lhe disse: “As mulheres têm razão. Realmente, como você pôde notar, elas próprias não têm dificuldade em impor-se aos homens, e provavelmente não sofreram pessoalmente nenhuma injustiça grave. Porém tomam sobre si a injustiça que outras mulheres sofreram, como se a tivessem sofrido elas mesmas. Como plantas parasitas, alimentam-se de um tronco alheio. De fato, elas não têm um grande peso próprio e no amor se relacionam apenas com pessoas de sua própria condição. Entretanto, ajudam as que vêm depois delas: uma pessoa semeia e a outra colhe.”
“Não estou interessado nisso”, respondeu o psicólogo. “Gostaria de saber o que devo fazer quando estiver numa situação semelhante."
“Faça como aquele que, no campo aberto, é surpreendido pelo temporal. Ele busca um abrigo e aguarda que passe a chuva. Então volta ao ar livre e curte o ar fresco.”
Quando o psicólogo voltou para o meio de seus colegas, estes lhe perguntaram qual tinha sido o conselho do homem sábio. “Ah”, disse ele, “não me recordo exatamente, mas acho que foi de opinião que eu deveria sair mais vezes ao ar livre, mesmo com temporais.”
 
A indignação
 
HELLINGER: Também se tomam, por vezes, alvos da indignação os ajudantes que, em vez de perseguir, olham para o futuro e orientam as vítimas e os perpetradores, para que revertam ao próprio bem o sofrimento e a culpa. Os indignados acreditam estar a serviço de uma lei coercitiva, seja ela a lei de Moisés, a lei de Cristo, a lei do céu, a “moral natural”, a lei de um grupo ou apenas o ditado de um cego espírito da época. Essa lei, seja qual for o seu nome, confere aos indignados poder sobre perpetradores e vítimas e justifica o mal que lhes fazem. A questão é a seguinte: como podem os ajudantes defrontar-se com tal indignação sem prejudicar as vítimas, os perpetradores, a si mesmos e a ordem justa? Para ilustrar o assunto, contarei uma história bem conhecida.
 
A adúltera
 
Certa vez, em Jerusalém, um homem desceu do Monte das Oliveiras em direção ao templo. Quando penetrou no recinto, alguns eruditos “justos” arrastavam uma jovem mulher. Cercando o homem, eles a colocaram diante dele e lhe disseram: “Esta mulher foi apanhada em adultério. Moisés nos ordenou na lei que seja apedrejada. O que diz você a respeito?"
Na verdade, não estavam interessados na mulher nem na ação dela. O que lhes interessava era preparar uma armadilha para um ajudante que era conhecido por sua brandura. Eles se indignavam com sua indulgência e, em nome da lei, julgavam-se autorizados a destruir tanto aquela mulher quanto este homem — que nada tinha a ver com a ação dela — caso não compartilhasse de sua indignação.
Vemos diante de nós dois grupos de perpetradores. A um deles pertencia a mulher: era uma adúltera e os indignados a chamavam de pecador a. Ao outro grupo pertenciam os indignados: por sua intenção eram assassinos, porém chamavam-se justos.
Sobre ambos os grupos pesava a mesma lei implacável, com a única diferença de que chamava de injusta uma ação má e de justa uma outra, na verdade, muito pior.
Porém o homem que tentavam apanhar na armadilha esquivou-se de todos eles: da adúltera, dos assassinos, da lei, do ofício de juiz e da tentação de grandeza. Ele se curvou e começou a escrever com o dedo na areia. Diante de todos eles curvou-se para a terra. Quando os indignados não entenderam os sinais que escrevia com o dedo e continuaram a espreitá-lo e pressioná-lo, ele se ergueu e disse: “Quem estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar a pedra. ” Então curvou-se de novo para a terra e continuou escrevendo na areia.
De repente tudo mudou — pois o coração sabe mais do que a lei lhe permite ou ordena. Os indignados esvaziaram o local da cena e se retiraram, um depois do outro, começando pelos mais velhos.
O homem, porém, respeitou a vergonha deles e permaneceu curvado, escrevendo na areia. Apenas quando todos partiram, ele se ergueu de novo e perguntou à mulher: “Onde estão eles? Ninguém te condenou?” — “Não, senhor” , respondeu ela. Então, como se partilhasse o sentimento dos indignados, disse à mulher: “Eu também não te condeno.”
Aqui termina a história. No texto que nos foi transmitido ainda foi acrescentado: “Não peques mais!” Esta frase, como demonstrou a ciência bíblica, foi um acréscimo posterior, provavelmente de autoria de alguém que não suportou mais a grandeza e a força dessa história.


É o que às vezes acontece com crianças que sofreram abuso, quando não caem nas mãos de pessoas amorosas, mas de pessoas indignadas. Estas pouco se importam com elas. As medidas que propõem e impõem, nascidas de seus sentimentos de indignação, apenas tornam a situação mais difícil para as vítimas.
Mesmo depois de vitimada, a criança permanece ligada e fiel ao autor do abuso. Assim, quando o pai é perseguido e destruído, moral e fisicamente, a criança também morre, moral e fisicamente; ou então, mais tarde, um de seus filhos expiará por esse fato. Esta é a maldição da indignação e a maldição da lei que a justifica.
O que, portanto, deveriam fazer os ajudantes que agem a partir do amor? Eles renunciam a fazer dramas e buscam caminhos simples que possibilitem um novo começo às vítimas e aos autores do abuso, de forma mais consciente e suave. Em vez de dirigir o olhar para uma pretensa lei superior, veem apenas seres humanos, sejam perpetradores ou vítimas, e se incluem entre eles. Sabem que somente a lei se apresenta como se fosse de bronze e eterna. Na terra, tudo é passageiro e cada fim é seguido por um novo princípio. Sua ajuda é humilde e tem amor por todos: pelas vítimas, pelos perpetradores, pelos incita- dores ocultos e pelos vingadores, entre os quais eles próprios já figuraram alguma vez.
— Deixei claro o assunto?
 
PARTICIPANTE: Sim."

Percebe-se que as 3 Ordens do Amor estão presentes na fala de Bert Hellinger: Pertencimento (até mesmo @ perpetrador@ deve ser incluído), Hierarquia (a primeira relação sexual desta pessoa conta como a primeira, mesmo que tenha sido um abuso) e Equilíbrio de troca (como citado no texto, a criança se doa pela mãe em "pagamento" do desequilíbrio.
Esse tema, digo mais uma vez, é muito forte e é a visão das Constelações é muitas vezes amplamente criticada, mas como se vê no próprio texto, em nada ajuda a vítima.

Se você conhece alguém que passou por essa situação, esteja atent@! Perceba-se como você escuta a história, há como tentar dar um passo pro lado e entender que por causa de algo no sistema (emaranhamento) foi dessa forma que aconteceu?

Se você passou por essa situação, perceba que é necessário entregar o peso no passado e isentar-se da culpa. Diga mentalmente as frases que são sugeridas logo acima e liberte-se abrindo mão deste lugar de doação à família. 

Se você abusou de alguém e sente que precisa de ajuda para lidar com tudo isso, consulte um@ Constelador@. Há muito mais por trás desse ato que você pode imaginar.

A chave para "qualquer problema" é a inclusão. É o respeito pelo destino alheio, certamente ess@ outr@ fez o melhor possível. Certamente fez o que podia naquele momento dentro dos emaranhamentos que @ prendiam. Liberte-se de julgamentos, acusações, inclusive e principalmente as auto-acusações e auto-julgamentos. Você fez o que podia com o que sabia. Honre aquel@ você de ontem, de 3 anos atrás, de 17 anos atrás!

Uma frase boa para quando sente-se culpad@ é “Fui idiota, e agora aguento as consequências.”. Assim a culpa não é um peso, mas uma consciência em você!

Espero que esse texto te faça sentir e pensar ainda mais sobre a inclusão e o olhar amoroso para com todo o sistema.


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Namastê! (O Deus que há em mim, saúda o Deus que há em você!)
Vívian Pires 

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

A serviço de quem?

Há pouco tempo atrás muitas pessoas morriam de pneumonia, tuberculose e até mesmo gripe. Hoje em dia, com tantas pesquisas e tecnologias disponíveis, temos conhecimento suficiente para tratá-las e até mesmo evitá-las. Assim espero que um dia aconteça com as grandes dificuldades que nos atingem no dia-a-dia: dificuldades de relacionamentos, drogas, álcool, doenças, depressão, pobreza... Precisamos urgentemente sair da rodinha do ratinho que apenas circula, circula todos dias e aprender a olhar além do aparente para percebermos o que há por trás de uma dificuldade... da falta de saúde... da falta de realização pessoal e amorosa... da falta de recursos financeiros pra viver uma vida com tranquilidade... 



Precisamos constantemente nos perguntar:

O que precisa ser visto? Quem é necessário incluir?


A Constelação Familiar/Sistêmica traz luz a essas perguntas aparentemente inexplicáveis: “por que tal pessoa tão boa passou por tal situação tão ruim?”, “por que eu não dou certo em nenhum relacionamento?”, “eu quero muito tal coisa mas nunca consigo.”, “por que todos irmãos de uma família são bêbados?”, “por que todas irmãs tem dificuldade de ter filhos?”... Através de uma vivência de Constelação busca-se a liberação de um problema atual olhando para a origem no passado. Seja nesta geração ou anterior, algo aconteceu que não foi processado, ficando pendente para que as próximas gerações resolvam. Ao olharmos para a origem nos liberamos, ao não olharmos ela segue conosco e passa aditante para as próximas gerações.

Essa semana tive, pessoalmente, duas experiências muito impactantes com pessoas próximas que me fizeram refletir muito sobre como é urgente olhar além. As duas situações envolviam homens e ambos faziam uso de álcool constantemente e “odiavam” seus pais/ antepassados, ou ao menos amaldiçoavam seus sobrenomes... Como já vimos aqui no blog, esse sintoma (alcoolismo) tem a ver com ausência de pai, não necessariamente ausência física, mas sim uma indisponibilidade dele em ocupar o lugar de pai. Um morreu num acidente de carro após beber, o outro segue bebendo constantemente e amaldiçoando seu próprio sobrenome, que também é do seu filho e será dos seus netos...

Presenciei as duas histórias no mesmo dia, e cresceu em mim uma vontade de espalhar pro mundo a importância do autoconhecimento, a importância do conhecimento e vivência das Constelações. Não que seja a tábua de salvação, ou a única alternativa para vivermos bem, mas porque é a única ferramenta (até o momento) que nos permite “olhar de fora de nós mesmos” e perceber como o amor atua de formas tão duras quando inconsciente.

Bert Hellinger nos diz que “Todas as crianças são boas”, pois toda criança se doa ao sistema familiar ao nascer e com isso paga o preço que é pertencer a este sistema: através de doenças, de necessidades especiais que tem, de dificuldades em dormir, timidez, hiperatividade... Se doa ocupando um lugar que foi deixado aberto pela geração anterior e arcando com todo risco e peso desse destino. E assim crescemos vivendo num lugar que não é nosso, deixando de assumir um destino de plenitude e potencialidades, pois sequer sabemos que estamos fora do nosso lugar verdadeiro...


Uma criança que teve um irmãozinho anterior não nascido carrega a carga dessa vida não realizada, tendo uma grande ansiedade/ hiperatividade para viver por dois ou uma fidelidade ao irmão dizendo inconscientemente “se você não viveu, eu também não mereço viver” e então é apática, depressiva, invisível...

Assim filh@s de homens alcoólatras sentem a falta que esse pai sentiu do seu pai, carregam essa dor, revivendo-a com o seu pai e provavelmente repitam o processo com seu filho, não por serem maus, mas por estarem emaranhados, acorrentados a um destino alheio, a uma memória de seu DNA. E como falei, o amor inconsciente nos prende nesses lugares de dor, de sofrimento buscando a integração, buscando que a dor original seja integrada e o sujeito reconhecido, incluído, devolvendo a todos os que estavam presos o seu devido lugar.

A Constelação nos possibilita olhar além do visível e perceber: A serviço de quem essa distância entre pai e filho serve? Quando um homem tem seu pai indisponível, eles estão repetindo qual relacionamento? De quais antepassados? Do pai que ficou pra trás quando seu filho deixou a Alemanha para mudar-se para o Brasil? Do pai do nosso bisavô que morreu aos 3 anos e ele cresceu sendo o homem da casa, cuidando dos irmãozinhos? Do filho sem pai? Do filho ilegítimo?



Esse é um assunto que muito me chama atenção, pois a grande maioria dos homens tem uma imensa dificuldade com seu pai; o que, certamente, o afasta de uma relação saudável com sua companheira e seus filhos... Estando indisponível para seu filho, será uma nova geração de homens distantes do pai, deslocados de lugar e assim sucessivamente... até quando??

Você que é homem, pense sobre isso. Pense do seu lugar de filho: como encara seu pai? Consegue, internamente, lhe bendizer e agradecer por ter dado a vida? Consegue, mentalmente, lhe dizer que sente muito pelas dores que ele passou, mas que agora, com amor, decide fazer diferente? Agradeça, mentalmente, a oportunidade de libertar-se desse ciclo. Mesmo que não tenha conhecido seu pai, ele existiu, ele continua vivo em ti. 

Decida agora libertar-se, retornar seu lugar de filho, com respeito, com amor.

Você que é mulher, mentalmente, honre seu pai. Agradeça-o pela vida, agradeça aos que vieram antes dele, honre os destinos deles exatamente como foram. Se você tem um marido, olhe com amor pros antepassados dele, olhe com amor pra dificuldade dele com o pai, aconselhe-o a procurá-lo; se já morreu, que faça uma oração, uma homenagem... Se você tem um@ filh@ com um homem diga pro seu/sua filh@ que este é o pai certo, que esta criança nasceu do amor de vocês, não diga que o pai é ruim, pois ao fazer isso estará perpetuando a ausência, tirando a chance desse menino ser diferente justamente do que tanto criticas.

Se você conhece alguém que pode estar precisando desse puxão de orelha, recomende esse texto. Precisamos, urgentemente, trazer luz (consciência) às pessoas, precisamos mudar o nosso olhar sobre o passado. Já passou e só podemos olhá-lo e dizer “sim, exatamente como foi. Em homenagem a isso faço algo de bom”.



Façamos algo de bom com nossos traumas, nossas dores, nossas tristezas: Sejamos velas acessas pra iluminar o caminho dos demais. Sejamos nós a dar o  primeiro passo pra nos libertar e libertar os nossos de tanto sofrimento e repetições.

Homens, recuperem seus lugares de filhos desse homem, tomem seus pais exatamente como são! Liberem seus filhos. Por eles, façam algo de bom! Comece dizendo internamente pro seu/sua filh@ “Querid@ filh@ você está livre!”.


Ps. Este texto não se trata de voltar a conviver com seu pai, serem melhores amigos, ou amá-lo loucamente, trata de aceitá-lo como ele foi pra você, pois, não sabemos quais os pesos que ele carrega, mas podemos decidir fazer diferente, por eles, por nós e por noss@s filh@s.


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quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Ordens do Amor II


Olá!! Lembra que no último post estávamos falando sobre as Ordens do Amor, em especial sobre o Pertencimento? (Você pode reler AQUI ). Hoje falaremos dos relacionamentos amorosos anteriores!

A Lei do Pertencimento diz que todos que fizeram parte de um sistema devem ter seu lugar honrado, sim? Inclusive mortos, abortos, assassinos, loucos.... E também aqueles que deixaram o sistema, que abriram lugar para que nós entrássemos.
"Isso quer dizer que faz parte do meu sistema os antigos relacionamentos da minha mãe? do meu pai? dos meus avós?" - SIM! Todo aquele que cedeu lugar também deve ser contado, deve ser honrando.


Exemplo clássico: Um homem tem uma noiva (ou namorada)... um dia conhece uma outra mulher e abandona (ou trai) a noiva para ficar com a nova mulher. Ok, história comum e normal, sim? Sim.. e com consequências também comuns... Desta nova união nasce uma filha, (lembre-se que as crianças se doam ao sistema, tudo que precisa ser visto, incluído a criança mostra através de suas atitudes, sintomas). Esta criança tem uma afinidade especial com o pai, tanto que a mãe sente ciúmes do vínculo do pai com a criança. OU a criança tem uma tremenda birra e implicância com o pai, cobrando-o e afastando-o...
Ao montar esta constelação se perceberá o vínculo secreto desta criança com a primeira companheira do pai, ela o acusa, ou acusa a mãe em nome da primeira companheira. 

O que fazer?
É necessário primeiramente que os pais digam pra criança enquanto ela dorme "Querida filha, tu está livre. Esse assunto (e não precisa dizer o assunto) é dos grandes, nós cuidamos disso.". 
Em segundo lugar o casal precisa entender que este é o segundo relacionamento deste homem. A ex companheira veio primeiro, é digna de ser olhada com respeito pelo homem e pela mulher. A mulher precisa saber que é a segunda mulher, precisa internamente agradecer a primeira, que cedeu o lugar para ela, e que "fez" com que o homem fosse hoje o que ele é. Se a mulher teve agora um companheiro e um@ filh@ com este, é devido ao que ele "se tornou" depois da primeira.
Outra parte importante é abrir mão da culpa, em caso de traição ou de sofrimento da primeira companheira. Olhamos para o passado com aceitação. Naquele momento foi o melhor que puderam fazer. Honra-se a dor dela, mas não deve-se sentir culpa, pois culpa traz emaranhamento e os filhos, mais tarde, cometerão atos para também sentirem-se culpados.
O homem precisa honrar e agradecer internamente esta primeira companheira. E dizer pra filha que esta é a mãe certa pra ela. (dormindo também)

Essa dinâmica acontece mesmo que a filha não saiba conscientemente, nem a mulher, que o pai teve outra namorada. Obviamente também vale para a mãe, se ela teve outro relacionamento.

Antigos relacionamentos podem estar pedindo pra serem vistos também nos relacionamentos atuais. Sabe quando seu namorado tem um comportamento iguaaaal àquele seu ex que você não quer ver nem pintado na frente?
Falta sua gratidão pelo ex pra liberar o parceiro atual! Falta a consciência do namorado atual que ele não é o primeiro, mas que um(ns) outro(s) fizeram de você, o que você  é hoje! 
Se foi o ex que te magoou, falta aceitação do que foi, como foi.

Não mudamos o passado, mudamos o modo de olhar pra ele. Sempre entendendo que as pessoas sempre fazem o melhor que podem com o que sabem.


Nas famílias onde que os pais se separam e iniciam novas relações, @s filh@s muitas vezes representam o familiar excluído. Ex: Uma mulher que teve um filho com o primeiro marido e após se separar formou uma nova família. Se este pai (do filho) não for honrado e respeitado em seu lugar de primeiro marido e pai deste filho, o filho o representará, ou seja, terá os mesmos comportamentos... manias... e a mãe continuará "sendo obrigada" a olhar para o pai do filho, pois ele secretamente estará vinculado ao pai, para que ele tenha seu direito de pertencimento garantido. Por isso, um novo marido da mãe não é pai deste enteado, pois pai ele já tem. Assim como as despesas do filho não devem ser custeadas por este novo parceiro, mas sim pelo pai e pela mãe deste.

Então, entende quanta responsabilidade temos? 
Tudo o que fizemos e fizermos reverberará para nossos filh@s, net@s... 
Entende como é importante que todos sejam incluídos?

Minha sugestão pra hoje é lápis e papel pra fazer uma listinha (ou talvez listona) de todos seus relacionamentos anteriores. Coloque-os em ordem de data. Perceba as memórias que vem à mente. Veja se há semelhança entre el@s. Se há, perceba o que precisa "ser visto"... alguém mais na sua família teve companheir@s assim? Quem você precisa incluir? 

Compartilhe aqui nos comentários como foi a experiência!!


Dia 01/Out, teremos o Workshop Relacionamentos Afetivos - Desvendando os vínculos ocultos.
Prepara o coração pra essa aventura e vem! <3
Informações e inscrições: Facebook


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Grupos regulares em Porto Alegre e Novo Hamburgo


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Um super Beijo com gratidão, 
Vívian Pires

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Síndrome de aniversário - árvore genealógica tem a ver com calendário?

"O inconsciente tem uma boa memória e marca acontecimentos importantes do ciclo de vida por repetição de datas ou idade." Anne Ancelin Schützewberger

Podemos fazer um exercício simples, mas trabalhoso: pegar um calendário e anotar as datas de nascimento e morte dos membros de nossa árvore genealógica, bem como outras datas importantes, como casamentos, acidentes, prisões, etc. Nos surpreenderá ver como em um mesmo dia e ao redor dele se amontam acontecimentos.

Outro exercício interessante é observar a idade em que os nossos antepassados ​​sofreram trauma significativo. Veremos que é repetido em alguns de seus descendentes de forma idêntica ou camuflada. Por exemplo, uma mulher deve ser hospitalizada com diagnóstico de esquizofrenia, da mesma idade que sua mãe foi hospitalizada pela mesma razão e que sua filha tinha a mesma idade que ela tinha naquele momento.

O fenômeno do duplo aniversário é quando coincidem a idade e a data da repetição.

Estes "coincidências" não se devem ao acaso, um estudo estatístico da probabilidade confirmaria, mas obedecem à vontade da árvore.


Vamos fazer três hipóteses:

1. O aniversário pode ter um componente associado com um contrato
Os contratos são uma espécie de "códigos" que atuam em nossa vida na forma de crenças e inibições.

Pode ser o caso do nascimento ocorrer em uma data, que vem recordar um evento feliz ou triste de outra geração. Por exemplo: o nascimento de uma filha no mesmo dia e mês em que a avó morreu para que essa data torne-se significante. O contrato diz em letras grandes que ela vem desempenhar o mesmo papel que a avó tinha.

2. Ter nascido em uma determinada data é um abuso, a programação vem de fora.
Os abusos se opõem a nossa realização. Quando há muito ou pouco.

Um exemplo são os chamados "filhos de substituição" nascidos no mesmo dia que morreu ou se enterrou outro filho que o precedeu, cuja mãe não fez luto. Também podemos considerar outro abuso o fato de repetir o nome do morto na nova criatura, com o que estamos dizendo que este veio substitui o morto.

3. Programarmos para morrer em outra data, é uma lealdade.
Qualquer contrato de que falamos se cumpre sempre por lealdade e por medo de deixar de pertencer ao clã, ou seja, por medo das consequências.

Nós somos programamos para viver o mesmo número de anos que nossos pais. Tomemos o exemplo uma avó que morreu jovem, aos 45 anos, a filha quando ela atinge essa idade tem uma grande crise e sofre um acidente e a neta quando atinge essa idade também adoece. São lealdades inconscientes a uma figura de autoridade na árvore genealógica.

Aceitamos que as coisas devem ser feitas de uma certa maneira, é o que impõe a nossa árvore.

Gabriela Rodriguez, discípula de Alejandro Jodorowsky, nos explica que nas famílias se repetem inúmeras circunstâncias, tais como nomes, datas, formas de nascimento e maneiras de morrer, entre outras, que influenciam nossas ações e estão gerando depressão ou neurose. A estas coincidências tem chamado de "A Armadilha". Ela recorda o caso de uma mãe que veio em seu escritório, porque "seu filho há 2 anos sofria um acidente sempre na mesma data".

Eles investigaram sua história familiar e descobriram que um avô paterno do jovem havia cometido suicídio naquela data com a mesma idade que o menino quando veio para terapia. "De alguma forma, o filho começou a repetir a história de seu avô, inconscientemente", explica a psicomaga, "e para quebrar este vínculo, toda a família foi para o cemitério honrar o seu parente morto, fazendo um discurso e uma oferenda para curar a alma perdida pelo suicídio."



Uma árvore saudável é a que permite a transformação e uma árvore doente a que insiste em repetição. Uma árvore saudável ​​deixa que os novos galhos nasçam e cresçam livremente a partir de seu tronco, uma árvore doente insiste que os galhos nasçam sobre as feridas dos galhos caídos. Com Psicomagia* podemos desativar A Armadilha de aniversários, por exemplo, com cerimônias fúnebres completas para que situações não resolvidas se finalizem.

Para terminar, citemos um caso frequente, um adulto percebe que substitui seu avô, que morreu quando tinha 42 anos. Como acaba de alcançar a idade em que este morreu, sabe que precisa quebrar esse contrato de lealdade. Não quer morrer com essa idade ...

O ato Psicomágico consiste em encontrar um lugar para cavar uma sepultura, em seguida, enterrar-se junto com a fotografia de do seu avô, deixando a cabeça para fora. Amigos lhe dizem suas últimas palavras ali a seu lado, aguentará um número de horas no poço. Finalmente o desenterrarão e lavarão com três litros de água benta. E se buscará um novo nome, uma nova identidade para poder começar uma nova vida.

(Terá realizado metaforicamente o que mais temia e, assim, dessa forma o superará)

via Plano Sin Fin - Tradução livre Vívian Pires

* Observemos que esta é uma técnica diferente da Constelação Familiar, mas que também refere-se à consciência familiar como determinante para muitas "decisões" (inconscientes) que tomamos na vida.

Aproprie-se da sua vida, honre seus ancestrais de um outro jeito agora, sem carregar o peso deixado. Conheça as Constelações Familiares, grupos em Porto Alegre e Novo Hamburgo.

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